Uma espécie de van monobloco, o Citroen H-Type foi desenvolvido secretamente na Segunda Guerra pelo engenheiro André Lefèbvre e chegou ao mercado em 1948. Logo se tornou um dos mais icônicos da França, se destacando com visual moderno para a época.
Setenta e seis anos depois do lançamento, o carro continua fazendo sucesso e chamando a atenção dos apaixonados por veículos. É o caso do empresário Fred Woods, sócio-fundador do e-commerce Woods Wine, que uniu a paixão pelo Citroën H-Type ao universo do vinho. Com a moda dos food trucks, resolveu criar um wine truck adaptando o carro para vender suas garrafas em eventos e confraternizações.
A busca de Fred começou quando descobriu que havia um único modelo no Brasil pertencente a um colecionador. Depois de algumas tentativas frustradas de compra, finalmente o empresário conseguiu realizar o sonho de adquiri-lo há cerca de seis meses. O veículo logo passou por uma customização, recebendo as cores e a logo da Woods Wine, toldo e toda a adaptação necessária para receber uma adega climatizada que comporta mais de 220 rótulos, com preços a partir de R$ 40 a taça e R$ 150 a garrafa.
Como bom colecionador, Fred compartilha os sentimentos que envolvem quem tem um veículo antigo e cheio de história para chamar de “seu”. A admiração pelo Citroën é antiga. Desde a adolescência o empresário falava que um dia teria esse modelo na garagem e não à toa deixava uma miniatura na sua mesa de trabalho como uma meta a ser alcançada.
– Fazer desse carro uma adega itinerante é a realização de um sonho. Além de todo o charme dele, ainda criamos um modelo de negócio inovador e que tem como vantagem a praticidade – comenta Fred, que investiu R$500 mil no projeto.
Mais sobre o carro
Seu design era baseado em um monobloco, unido por quatro grandes parafusos a um subchassi dianteiro que suportava o trem de força. A construção em chapa corrugada reduziu o peso e conferiu rigidez à montagem. Todas as peças foram estudadas para máxima economia, incluindo soluções de lona para substituir painéis laterais e um para-brisa dividido em duas metades.
Alguns detalhes marcaram a praticidade com que foi projetado. Por exemplo, a tampa do porta-luvas, que servia de suporte para um caderno, a porta lateral possibilitava a descarga rápida e o para-choque traseiro servia de degrau nas descidas de grandes pacotes.
A produção padrão foi baseada em três tipos de carrocerias: van, transporte de gado e pick-up, enquanto a cor da carroceria seguiria cinza, a mesma utilizada pelo 2CV em seu lançamento. Após o fim da guerra, o Type H foi concluído rapidamente dando à Citroën a oportunidade de oferecer um veículo totalmente novo e vanguardista.