A Ford volta às pistas na Flórida neste fim de semana para a corrida de 12 horas na cidade de Sebring, localizada no condado de Highlands, na parte montanhosa do estado norte-americano. Circuito mais antigo das Américas, Sebring tem grande prestígio entre historiadores e fãs do automobilismo. Depois de vencer as 24 Horas de Le Mans, em junho de 2016, e as 24 Horas de Daytona em janeiro último, um sucesso nessa prova significaria a conquista de três das mais lendárias corridas de resistência do mundo no prazo de nove meses com o novo Ford GT.
Sebring é a segunda corrida da temporada, válida tanto pelo campeonato IMSA WeatherTech SportsCar como pela Tequila Patrón North American Endurance Cup (TPNAEC). Após uma rodada, a equipe Ford Chip Ganassi Racing lidera o IMSA na classificação de marcas, equipes e pilotos e está a dois pontos da liderança na Endurance Cup, ranking independente que reúne as corridas de resistência mais importantes da América do Norte.
A equipe Ford Chip Ganassi Racing vai correr com três Ford GTs, com um time altamente especializado para enfrentar o desafio de resistência. O GT número 66 será pilotado pelo trio vencedor em Daytona: Joey Hand, Dirk Müller e Sébastien Bourdais. O 67 terá no comando Richard Westbrook, Ryan Briscoe e Scott Dixon enquando que o carro 68 terá Stefan Mücke, Olivier Pla e Billy Johnson.
Trabalhando como um time, a equipe faz plano para superar o resultado do ano passado, quando o novo GT estrou no circuito. “Com nova estratégia de corrida e mais carros na pista temos grandes possibilidade na prova”, diz o piloto Joey Hand. “Nós definimos um trabalho em equipe, o que amplia as oportunidades de vencer”.
“Sempre na caçada”
“Em Sebring estamos sempre na caçada”, diz Joey Hand. “Eu gosto da corrida. É divertido, mas são 12 horas exaustivas. As pessoas sempre dizem ‘mas são apenas 12 horas, não pode ser tão ruim’, mas ela está mais para as 36 horas de Daytona. As corridas da IMSA são muito disputadas e Sebring sempre termina em corpo a corpo. Na minha carreira já participei de três ou quatro grandes pegas para ganhar na última curva em Sebring. É sempre uma prova que você quer ganhar.”
Este autódromo tem um encanto especial no mundo do automobilismo, devido a um desafio extra: boa parte da pista conserva a superfície original do tempo da Segunda Guerra Mundial, quando serviu como base de treinamento para tripulações do avião B-17, conhecido como a “Fortaleza Voadora”.
“Sebring é um circuito muito especial, único”, afirma o piloto Stefan Mücke. “Lembro da primeira vez que caminhei lá com meu engenheiro e perguntei onde estava a pista. Havia tantos desníveis e buracos que pensei ser a estrada para os veículos de emergência. É um grande teste para os carros e pilotos e uma grande festa para o público.”
A primeira corrida em Sebring, de seis horas, foi realizada em 1950. Dois anos depois, nasceu o formato de 12 horas. Versões anteriores do Ford GT venceram nela com os pilotos Ken Miles (1965-66), Bruce McLaren (1965 e 1967), Lloyd Ruby (1966) e Mario Andretti (1967). Cinqüenta anos atrás, McLaren e Andretti venceram o título na primeira corrida com média de mais de 160 km/h.